Com lançamento previsto para 2023, ela promete impactar positivamente na economia do país
Todos sabemos que o mercado consumidor vem sofrendo mudanças de comportamento nos últimos anos. Dentre as principais mudanças, estão a relação com a redução no uso de moedas físicas, e também a aderência a meios de pagamentos digitais. Assim como aconteceu com a chegada do PIX e do Open Finance, o Banco Central (BC) pretende revolucionar o sistema financeiro com o Real Digital.
A utilização de moedas digitais já é conhecida de países como Estados Unidos, Japão, Bahamas e China, e vem se tornando tendência ao redor do planeta. Segundo o The Global Payments Report, somente 35% das transações de 2020 foram realizadas com moeda física.
Entretanto, não foi somente a mudança de comportamento do consumidor que estimulou a criação de moedas digitais centralizadas. O crescente interesse público por criptomoedas ameaçou o monopólio dos bancos centrais, em nível global, no tocante à emissão e controle de fundos.
Mas, sim, há também ótimos motivos que vão beneficiar os usuários do Real Digital. Para entender um pouco mais sobre o assunto, permaneça conosco nesse artigo.
O que é o Real Digital?
O real digital é um CBDC (da sigla em inglês, Central Bank Digital Currency), ou seja, um ativo digital que será emitido e controlado pelo Banco Central (BC).
Segundo o diretor do Banco Central do Brasil, Fabio Araujo, coordenador do projeto de desenvolvimento do real digital, o objetivo é ir além da celeridade nas transações, papel já cumprido pelo PIX. A ideia é tornar o real digital o principal meio de pagamento da economia digital do país.
Entre as principais vantagens, destacam-se:
- Segurança e rapidez nas transações;
- Transparência e rastreabilidade contra fraudes e crimes;
- Liberdade e privacidade financeira para usuários.
Araújo afirma ainda que o Brasil está se tornando referência mundial em moedas digitais emitidas e controladas por bancos centrais.
Real Digital: como vai funcionar?
Para saber como ele vai funcionar, é preciso entender como funciona o blockchain. O blockchain é uma rede de banco de dados replicados que são sincronizados pela internet e visíveis a qualquer pessoa no sistema.
As redes blockchain podem ser públicas, como a internet, onde todos têm acesso a elas, ou privadas, onde há uma associação restrita semelhante a uma intranet.
No caso do Real Digital, será utilizado um blockchain privado.
Entenda a atividade do blockchain privado
Quando uma transação digital é concluída, ela é agrupada com outras transações que aconteceram nos últimos 10 minutos. Esse agrupamento ocorre em bloco criptograficamente protegido e enviado a toda a rede.
Os mineradores são membros do sistema com altos níveis de poder computacional que competem para validar as transações no bloco, resolvendo problemas codificados complexos. O primeiro minerador a responder corretamente ao desafio confirma se o bloco recebe uma recompensa, geralmente na forma de uma moeda ou ficha.
Após a validação, o bloco de transações é marcado com data e hora e adicionado à cadeia em ordem cronológica linear. Novos blocos confirmados são, então, vinculados aos blocos mais antigos, formando uma cadeia de blocos que mostra todas as transações registradas feitas no histórico dessa blockchain em particular.
Toda a cadeia é atualizada constantemente para que todos os livros da rede sejam os mesmos, pois toda a cadeia é constantemente atualizada e todos os membros da rede blockchain podem provar a propriedade a qualquer momento.
Ainda que em fase de testes, o Real Digital já está gerando boas expectativas nos participantes do mercado financeiro. Dentre eles os bancos, os operadores de cartão de crédito e as empresas de tecnologia. A partir do segundo semestre de 2023, deve-se iniciar o piloto, com operações reais, porém com valores limitados. E, seguindo o exemplo da China, algumas cidades do país deverão ser selecionadas para participar desse piloto.
Agora que você entendeu um pouco mais sobre o Real Digital, certamente percebeu que uma das grandes vantagens é a segurança nas transações, certo? Então, saiba também como a inteligência artificial ajuda na redução dessas fraudes bancárias!
Equipe Diletta Pay